Não tem um santo dia, desde agosto/setembro em que não acorde e pense, meu estômago embrulhe e me venha um mau-humor incontrolável, resultado do receio. E ele é maior que tudo. No começo, eu dizia que o que mais doía era saber que o que tinha de ser feito não era o que eu queria fazer e que, o que eu queria fazer, eu não conseguia, por saber disso.
A indecisão durou quatro meses. De muita conversa, muitomuito choro, muitos planos, muitas soluções... sem ninguém me dar respostas - porque, infelizmente, eu dependia delas para me mover. Foi preciso um tapa na cara pra tudo se tornar tão insuportável a ponto de 'infecctar', até mesmo, aqueles distantes 500 km de mim. E aí a resposta veio de quem mais devia.
A partir dela, se as dúvidas não haviam mais, o caminho não foi facilitado, mesmo assim, pelas pedras que foram aparecendo. Eu, no meu espírito intenso, nisso também não falhei. Uma lasca tornava-se a uma pedra do tamanho da "Da Baleia" e eu quase desabava - QUASE, mais uma vez, graças aos distantes.
E graças a Deus não desisti. Eu sei o que estou deixando para trás e, acima de tudo, QUEM estou deixando e isso doi demais. Mas há sempre uma anestesia: os 500 km que podem ser supridos sempre que o dinheirinho sobrar; que podem ser transformados e convertidos em minutos pela internet; os telefonemas caríssimos, feitos, sempre, com a desculpa do nível alcoólico no sangue.
Eu sei disso. Sei do que estou indo atrás. E a sensação satisfatória que me dá, o medo que some, a alegria que grita em pensar nos dias que faltam... tudo isso que acontece, ao mesmo tempo, em momentos como agora, ouvindo "Guerreiro" do Curumin, me faz só pensar "como demorei tanto tempo?". Só creio que seja pra valorizar tudo que fiz, tive, farei, tenho e estou buscando ter. Deus me abençoe! E obrigada por tudo de bom e ruim, São João. Vou, sim, morrer de saudades!