quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Meditação Universitária

Respira, Laís, respira que são só mais dois anos e a liberdade será infinita.
Respira, que logo logo seu salário, no mínimo, triplica e, aí, nada mais de contar moedas pra comprar a ração da gata; 'passar fome' no fim do mês e vontade nele todo.
Respira, que pode ser só um semestre muito ruim da faculdade.
Respira, que em muito breve você tem a vida que sempre quis pra si. E pra vocês.
Respira, Laís, poxa, não era o que querias? Então respira.
Respira que aquele 'lá' tão longe, tão distante, tão inatingível, está cada vez mais perto. E aí a sexta vai acontecer sempre, os domingos voltarão a ser azuis, a comida muito mais gostosa e os lençóis sempre mais cheirosos e aconchegantes que os de agora.
Respira, que logo as escolhas serão só suas.
Respira, que o dia de encontrar todos ao alcance dos seus olhos está chegando.
Respira, porque essa proposta de hoje há de ser só a primeira.
Respira, que tem quem te espere, e torça, e queira, e entenda, e ajude.
Respira, que tudo há de compensar.
Respira e vai. Antes que o fôlego acabe.

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Aqui onde eu estudo, sinto que sou uma das que mais sente o fato de estar longe. Longe de onde se pertence. Longe de onde se deveria. Longe. Quando as crises quase que diárias de ausência de um sentido disso tudo me acometem, eu respiro. Funnnndo... até passar. Às vezes eu choro, quase que como uma expiração. E como uma falta de ar, vem aquela tromba d'água. Até sair dessa atmosfera rarefeita demais pros meus pulmões infantis. Mas o sair, na verdade, nunca é, realmente, sair. É só anestesiar com a voz da minha mãe do outro lado da linha. Do estado.
E se eu não respiro, a confusão é tanta que, no fim, não sei o que fazer; não sei o que estou fazendo. Esse é um desses momentos. Eu deveria estar fazendo uma coisa. Mas só faço outras. Quase como foi durante esse semestre inteiro: eu deveria estar estudando, me dedicando, aprendendo... mas estava ocupada demais pensando em esclarecimentos como esse - ou só internos -; pensando na próxima ida pra casa; pensando em dormir e não levantar até o ano acabar.
Mas sou obrigada a estar atenta à minha respiração diariamente. Sou obrigada a meditar. Senão, me perco. E esse é um presente que ainda não posso me dar. Então respiro, porque é sempre o melhor remédio.

E, com vossa licença, esse foi um texto bem pessoal, daquele jeitinho que eu adoro, mas que vocês nunca tiveram acesso.

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Sessão Teoria, primeira edição

Seguindo uma bela idéia de minha amiga Luana (ou, ainda, @Luana_u), resolvi criar uma sessão aqui no Blog - além de uma outra na qual estou trabalhando e estou ansiosa pra pô-la em prática; aguardeemmmmm *Sílvio Santos style*.
Nessa sessão "Teoria" lançarei teorias pensadas por mim, diante de determinadas situações. Teoricamente, teorias, entendem? Quando vejo algo e começo a pensar sobre, idéias fazem 'pop!' na minha cabeça e coisas que (para mim) fazem sentido começam a surgir. Agora vou tornar públicas tais idéias, além de aceitar novas propostas para essa sessão.

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Começo com uma idéia que brotou ontem.
Resolvi participar de uma sessão de meditação coletiva. A sessão inicia-se com meia hora de "dança" para ativação da célula hipófise (?), que contribuirá para a concentração na meditação, que vem em seguida. Durante essa dança, emitimos um mantra, "Baba Nam Kevalam" (algo como "o amor de Deus está em tudo"). E aí vem minha teoria.
A aceitação de religiões orientais está cada vez maior hoje em dia. Obviamente, não tenho dados estatísticos, mas, como disse, não são teorias reais; são idéias. Essa minha impressão parte do círculo que frequento, das pessoas que conheço e de coisas que vejo. Enfim.
O que pensei é: visto essa maior aceitação de religiões estrangeiras e suas culturas, estaríamos nós fugindo de nossas religiões e culturas consagradas? E ainda: se sim, estaríamos nós fazendo isso porque a proclamação do divino, seu "evangelho" e tudo que se relaciona a essa religião é menos "vergonhosa" quando feita em uma língua ou a um modo que não um dominado por todos?
Hoje em dia, aqueles que evangelizam, aderem a culturas religiosas já conhecidas são execrados, alvos de chacota. Ainda mais se forem jovens. Se fazem o mesmo com religiões diferentes de nossa cultura, são considerados seres elevados, pessoas melhores - ou, numa outra extremidade, porras-loca.
Ontem depois da sessão, voltei pra casa cantando/mentalizando o mantra; hoje estou trabalhando ao som do CD de mantras. Nunca teria paciência de fazer o mesmo com uma música ou um CD gospel/de música religiosa. Seria a adoração a Deus(es) algo tão vergonhoso que, quanto mais distante de nossa realidade - com uma maneira diferente de rezar, em outra língua e aderindo a outros costumes - mais fácil é?

E aí, concordam?
Comentem, opinem e proponham novas idéias. Agradeço!