domingo, 25 de novembro de 2012

É...

É acordar com tempo aberto e sol, com uma piscina, uma rede ou uma espreguiçadeira ao dispor. É levantar de uma cama que te abraça, de um travesseiro que te recolhe e de um edredom que te aconchega. É ter o lindo do meu lado em todas as manhãs, em cima de mim em todas as noites e em todos os momentos, ao alcance de um 'dial'. É ter tempo livre pra viver. E viver, aí, é acordar de manhã, mas não de madrugada; é ter suco de laranja fresquinho à mesa, junto com um leite gelado com Toddy, batido no liquidificador; é um pão na chapa com manteiga de garrafa... e, ao fundo, o som da manhã nascendo, com os passarinhos cantando ou bicando a telha em cima da minha cabeça.
Antes disso, é o banho quase frio, aonde se esfrega tudo muito bem e se sai renovada. É hidratar o cabelo e, aí sim, sentar-se à mesa e esperar o dia começar, enquanto o creme faz efeito no cabelo (e o café, no organismo).
É jogar um vestido, vestir a sapatilha, se perfumar e sair. É sentir o dia e a tranquilidade que, de maneira inata, ele tem, mas, cadê, né? É poder deitar num gramado e ouvir criança brincando, enquanto folheia uma revista e, de vez em quando, desvia o olhar pra suspirar pelo companheiro que está ali, sempre junto.
É manter a casa limpa e perfumada, organizada; é trabalhar, também, claro, mas saber que o trabalho vai ficar lá quando você sair dele. É ter finais de semana para fazer o que se quer. É ir ao Guarujá, a Jundiaí ou ao Parque do Ibirapuera. É ter feriados pra ficar de preguiça na cama até o meio-dia, levantar e não saber se come (café da manhã ou almoço?), toma banho ou volta pra cama. É dormir pelada e com cheiro de adstringente na pele.
É ter a possibilidade de pensar em uma só coisa por vez. É formar uma dupla musical com ele aonde for - mas, melhor ainda, se for sob os olhos orgulhosos do meu pai. É a cerveja geladíssima na praça, rodeada de sorrisos e sem preocupação. É caminhar descalça e de mãos dadas na beira da praia, depois de amanhecer nela. É parar e contemplar, sem pressa. É estar com o cabelo cacheado, cheiroso e bonito. É me sentir bonita. E gostosa.
É a paz de acordar no domingo, sob o silêncio barulhento da tranquilidade. É a disposição de acordar na segunda. É o alívio de ir dormir na sexta à noite. É poder comer um lanche gorduroso ou uma salada bem temperada; uma bomba de chocolate ou um cheesecake com cobertura de framboesa; um arroz e feijão fresquinho ou um miojo de tomate.
É sentar aqui e escrever; é sentar lá e escrever. É poder ver ou ouvir e ajudar. É sentar e ler. É reconhecimento; é terem orgulho de mim. É pensar no futuro brilhante como algo palpável. E próximo. É pensar na vida a dois e sorrir, pela certeza de dias completos, repletos e em paz.
É ter a vida em suas mãos e poder fazer dela o que se quer, porque tem o tempo que quer, o dinheiro que pode e a tranquilidade que é pedida. Viver feliz, pra mim, é isso. É paz. Mas, antes disso, utopia.